Programa #6 – Quais fios e linhas da vida desejamos tecer

Mayra Aiello e Cristine Bartchewsky Lobato, nossas convidadas deste sexto programa batem um papo sobre tecer os caminhos a partir do fazer manual. Nos conectando com o que queremos transformar em nossas vidas e no mundo.

Começar o dia celebrando a vida com a chegada de duas crianças, nos conecta com os fios que tecemos entre gerações e quanto o fazer manual vêm de gerações passadas e daquele berço aprendemos fazendo.

Os fios simbolicamente trabalham relacionamentos, a origem, os fios que nos unem, que unem gerações. O aprender fazendo constrói nossas vidas, tecem fios e o nosso ser.

Terapia ou terapêutico? O fazer manual tem propriedades/recursos terapêuticas diferente de um processo de terapia acompanhado. Por meio do fazer manual acessamos conteúdos internos que nos dá sinais para elaborar questões profundas que podem trazer qualidades de vida. É o fazendo nos contando sobre nós.

Parar e perguntar: O que eu quero vestir hoje? O que minha alma está precisando hoje? A percepção de que podemos dar o que temos dentro de nós. Um convite para se experimentar no fazer com as mãos e um olhar para o lar que somos o lar que vivemos. Um se cuidar e cuidar do espaço em que habitamos.

A nossa casa, que é o nosso próprio corpo, é o lugar onde tecendo dentro dele a nossa própria trama, atando e desatando nós. Nós somos o nosso próprio lar.

Boas conversas! Conte pra gente quais fios estão alinhavando.

“Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar”

Triste, Louca ou Má
Francisco, el hombre – https://www.youtube.com/watch?v=lKmYTHgBNoO E

@tramascomfio | @a_mocatecela

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!