Programa #5 – Fazer em “comum unidade”

O fazer junto

Paula Dib, nossa convidada para este programa, conta que o fazer em sua vida vem de seu desafio primordial, um lugar onde o fazer te convida a desafios e descobertas. Durante a faculdade, Paula inicia seus fazeres por meio da argila e com o caminhar, dentro do trabalho com os artesãos, encontra o sentido do fazer, de criar e colocar coisas no mundo com história, significado.

A vivência em uma comunidade de pescadores encanta o seu olhar para o mundo e junto com as comunidades propõe caminhos do fazer e por ai segue seu caminho profissional.

Nas experiências junto às comunidades, vai sentindo as necessidades, os tempos de cada um, do local, o ritmo do lugar, a prosa…  O grande aprendizado… perceber a sintonia com o tempo de cada lugar, uma das belezas que o Brasil nos mostra.

Buscar o tempo do fazer manual é muitas vezes o que precisamos. Não tem como fazer manual em escala. Não existe o tempo da indústria fazendo a mão. O fazer manual pede presença, tem alma, a relação com o produto muda.

O consumidor tem a energia na mão ao comprar um produto. Consumir direto do produtor é colocar energia em algo vivo, histórias, em quem faz. Onde escolhemos colocar a nossa energia? O que vamos fazer girar com a nossa energia?! Uma forma de desacelerar o mundo… uma revolução silenciosa.

A Revolução Artesanal olha para este processo do fazer e para a transformação que ela causa. Uma revolução interna e conexão com a essência humana: criação, autoria, responsabilidade, significado, os impacto causamos, nossas escolhas. Que relações nosso fazer constrói!?

Quem compra se conecta com a história daquele produto/produtor e quem faz/vende se conecta com todas aquelas histórias de todos aqueles que levaram os produtos. A partir de um movimento quantos outros movimentos acontecem.

Conta pra gente o que pensa sobre estas conversas. Vamos adorar te ouvi!

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!