Celebrar o ciclo vivo e vivido

E assim, mais um ciclo de trezentos e sessenta e cinco dias vai se encerrando. Chamamos esse ciclo de ano e esse ano que estamos falando é o de dois mil e vinte e três. Wow! Ciclo desafiador esse que vivemos. Parece que o tempo nos desafiou com tantas coisas acontecendo ao mesmo [e dentro desse] tempo. E mesmo “quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para”. Ok, sigamos…

Começamos o ano na Amazônia com mais uma edição do Lab Cor. Nossa e que edição foi aquela. O grupo que nos acompanhou foi incrível. Os dias por lá foram intensos, de viver a floresta no seu tempo, cheio de cores e arte, de histórias e conversas profundas, de encontros singelos e puros.

Ainda na floresta entoamos o projeto Cupu do Quintal, uma iniciativa que traz por meio do fruto do cupuaçu produtos com sabores amazônicos e histórias encantadas  da floresta.

Tivemos a honra de contribuir com a orientação de uma pesquisa de mestrado onde tivemos dias e conversas deliciosamente longas naquele universo do imaginário da floresta, seu povo, suas histórias. Aqui agradecemos muito o encontro com Luis Guilherme e a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências.

Junto à ESPM e o Mestrado de Comportamento do Consumidor olhamos de perto sobre o que falamos e fazemos em relação ao consumo e a floresta em pé e também um olhar para o futuro que está em nossas mãos, hoje.

O mês de julho foi um momento mais que desafiador, a saúde de pessoas queridas pediu nossa presença e carinho.

Os nossos fazeres em oficinas manuais aconteceram em vários momentos,  junto ao universo corporativo, junto à Mapfre Re e em parceria com a Mariti, realizamos uma oficina de estêncil e a simbologia do que trazemos para aquele espaço que estou. No Dia Sem Pressa as oficinas de tingimento natural e de cadernos inspirados foram lindas demais. Também participamos da FLIPES (São Bento do Sapucai) e FLIMA (Santo Antonio do Pinhal) com oficina de carimbos para as crianças e no Estúdio na Montanha tantos outros fazeres artesanais.

Por ora, estamos preparando tudo para voltar à Amazônia. Em janeiro de 2024 um grupo lindo se forma para o Lab Cor e estamos muuuuito animados. Preparamos também várias peças de vestuário do Projeto Auá, onde por meio de camisetas tingidas com tintura vegetal contamos histórias das florestas que habitamos (Amazônia e Mantiqueira).

E, claro… nosso calendário que tanto amamos fazer. Ainda que no finalzinho desse ano, ele está pronto. Com novas palavras para nosso glossário de uma revolução, trazendo ao mundo significados artesanais para as palavras que falamos e sim, fazemos. Esse ano com as aquarelas de Bruno Andreoni.

Para fazer download é só acessar aqui >>>

Sim, os dias continuam desafiadores e cheios de esperança e otimismo com olhar no futuro que vive e fazemos agora.

Desejamos lindas festas eque tenhamos momentos de paz, reflexões e horizontes para o mundo que desejamos. E, que tenhamos força, muita força para atuar, agir, fazer um mundo bom para todos nós. Que venha 2024!

Com carinho, Ciça e Bruno

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!