Revolução Artesanal com tato e afeto

Um movimento que valoriza o fazer com sentido, fora do produtivismo e automatismos. Uma iniciativa que reacende nossa humanidade, trazendo conexão com a vida e com o que está em nossas mãos. Conheça a programação de nossa Revolução feita à mão.

Chegamos em maio de 2021, outono no Hemisfério Sul, onde estamos. Vivemos tempos desafiadores já há mais de um ano, convocando nossa resiliência e capacidade de nos recriar. Inseridos neste tempo, notamos que o futuro feito à mão já é presente: consumo consciente, negócios sustentáveis e de impacto, economia criativa e solidária… essas são algumas pautas que vimos crescer e ganhar destaque paralelamente à pandemia.

Quando o fora parece sem saída, voltamos o olhar para a saída de dentro, olhando para quem somos, o que estamos fazendo e a serviço de quê estamos vivendo. Olhar para o próprio centro não precisa ser egoísta. Nesse centro, pode haver um espelho que reflete não só a imagem de si, mas também do impacto que cada um e cada uma gera no próximo e no mundo. É nessa revolução sobre si mesmo que acreditamos: o fazer pelo se fazer; o artesanal que começa como gesto para ser expresso em algo, em ato (artesanato) no mundo. Como atividade econômica, o artesanato está presente em 67% dos municípios do Brasil e movimenta cerca de R$ 50 bilhões de reais por ano, sendo fonte de sustento de milhões de pessoas, segundo o IBGE. Antes de olhar para a finalidade, cuidamos aqui do processo, um lugar onde as estatísticas oficiais ainda não chegam: como medir o impacto do afeto, do reencontro com o tato e com seu potencial criativo? Deixamos as fórmulas e os indicadores com os especialistas. Da nossa parte, cuidamos de cada indivíduo que chega, de cada grupo que se forma, de cada percurso artesanal que oferecemos. 

Apresentamos aqui a Revolução Artesanal com tato e afeto que temos feito através do ambiente virtual e intencionamos que logo possamos nos encontrar presencialmente:

 

de fevereiro a março percorremos o
Caminho do Autor
Processo de iniciação nos fazeres artesanais, trocando conhecimentos e saberes que revelam o jeito de ser e fazer no mundo de cada um de nós. (Leve este percurso para seu grupo ou organização!)

 

em março também realizamos o
Despertar do Fazer
Encontros de autodescoberta a partir de fazeres manuais. (Leve este despertar para seu grupo ou organização!)

 

em abril iniciamos o
Grupo de práticas manuais
De aprofundamento em torno das artesanias e manualidades, aberto a quem participou do Caminho do Autor e do Despertar do Fazer.

 

até 10 de maio
Cenas de um fazer poético
Memorial poético colaborativo de 2021. Ainda dá tempo de participar. É gratuito.

 

3 a 9 de julho (previsto)
Laboratório Cores da Floresta
Vivência na Amazônia, com pesquisa e troca e aprendizado com moradores do local sobre corantes naturais, tingimentos, cultura artesã em diversas manualidades. Programa-se!  

 

No segundo semestre, vem aí o
5o. Festival do Fazer!
Para celebrar a cultura do fazer manual, nesta edição o nosso olhar focará no Ser Artesanal e sua revolução. Queremos tecer encontros entre pessoas e seus saberes e fazeres artesanais, reacendendo nossa humanidade através das mãos e dos espaços em que intervimos.

Buscamos promover encontros também através das palavras, que podem tocar pessoas de todos os lugares. Nos primeiros meses de 2021, escrevemos sobre o que vemos, com toque de poesia e leveza pro dia a dia em nosso blog; também iniciamos a série Artesanias Brasileiras e entrevistamos duas mulheres guardiãs da cultura artesanal: Adélia Borges e Verônica Machado.

Para que possamos seguir firmes em nossa Revolução, contamos com seu apoio mais simples: espalhe esta mensagem! Compartilhe o que te inspira por aqui com outras pessoas. Participe de nossa programação ou venha cocriar um percurso artesanal com a gente!

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Escrita artesanal por Carolina Messias, com Ciça Costa e Bruno Andreoni

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!