Curadoria artesanal: acompanhando a vida e construindo juntos

A curadoria artesanal é um movimento que acompanha a vida, a cidade, as pessoas, em um processo orgânico e dinâmico.

É por isso que o Festival do Fazer é construído com conversas, histórias e olho no olho. Conheça mais sobre o universo feito a mão e perceba que você já faz parte da revolução!

Autoria, autonomia e autorresponsabilidade: eixo da revolução

O fazer manual é entendido como um fazer artesanal. Cada serviço e cada produto são únicos, pois carregam em si um pedaço do seu fazedor.

A autoria inevitavelmente impressa em cada criação manual é levada para o mundo, integrando-se com o ambiente em que se encontra.

Se uma pessoa leva para casa um pote de cerâmica, ela leva também um pedaço do artista consigo — seus processos, sua criatividade, suas escolhas e seu conhecimento que resultaram naquele pote específico.

A autonomia também é outra características marcante do fazer manual. Essa capacidade envolve tanto o fazedor quanto o destinatário da criação.

A decisão de quem faz e a decisão de quem adquire um produto artesanal conectam ambas as partes e estabelecem uma relação.

Cada escolha do fazedor ajuda a desenvolver o produto, e são essas escolhas que criam uma identificação com quem o adquire.

Isso mostra que o fazer manual é uma relação, é uma conexão, individual e coletiva, com você mesmo(a), com outros e com o planeta.

E isso reforça a autorresponsabilidade. Ao vermos um fruto de nossa autoria e autonomia no mundo, vemos também que somos responsáveis por tudo aquilo que existe. E isso nos mostra que todos fazemos parte da revolução!

A curadoria artesanal do Festival do Fazer

A curadoria artesanal é um processo de acompanhamento da cidade, das pessoas e do mundo. É preciso de tempo, presença e respeito ao movimento da vida.

Para construir cada edição do Festival do Fazer, é essencial conversar com cada oficineiro, conhecer sua história e criar uma relação.

Mesmo que seja o mesmo oficineiro que ofereceu uma experiência do mesmo tema em edições anteriores, é impossível reproduzir a mesma oficina.

A vida é dinâmica e o Festival está em sintonia com ela. Por isso, a curadoria preza por compreender o momento presente, repensar, mudar, conhecer e respeitar as diferenças e semelhanças de cada componente dessa iniciativa.

Nada é pré-pronto, tudo é construído. E o Festival é um convite para que todos possam construir com a gente.

Um mundo possível feito à mão

O Festival do Fazer está aberto para diferentes perfis de pessoas. Tanto aquelas que desejam participar de uma oficina quanto aquelas que só querem passar e observar por alguns minutos.

Vários tipos de vivência compõem o Festival. As rodas de conversa são um espaço para discutir sobre temas atuais da sociedade, compartilhar ideias, aprender e ensinar, no espírito de comunidade.

A feira é uma oportunidade de conhecer produto e produtor juntos. As oficinas são práticas de conhecimento, em que há trocas, descobertas e aprendizados.

Nossa intenção é mostrar que o mundo feito a mão é possível. Por isso, cada detalhe é pensado para proporcionar uma possibilidade de vivenciar isso com até mesmo uma olhadinha pelos que estão de passagem.

E, quem sabe, mostrar que todo mundo é fazedor e parte da Revolução Artesanal!

Conheça as atrações deste ano do Festival do Fazer. Acesse a programação completa e confira todos os fazeres manuais que você poderá experimentar nos dias 7 e 8 de junho.

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!