Programa #3 – Sustentabilidade e Semana Lixo Zero

Sustentabilidade como Causa

Por um Mundo Feito à Mão recebe Luciana Annunziata e Flavia Cunha da Casa Causa para um super bate papo sobre causas e impactos que começam em casa. O que está dentro e fora de cada indivíduo e o quanto a mudança de atitude depende de nós e em nosso fazeres do dia a dia.


 

O trabalho com inovação em grandes instituições começa a trazer o problema da sustentabilidade. Entendem que há uma inteligência coletiva muito grande e se questionam o que podem fazer para unir tudo isso e se perguntam por onde poderiam começar a trabalhar um tema tão complexo. Assim nasce a Casa Causa com o desejo de trabalhar a sustentabilidade dentro de casa, o lugar onde nós aprendemos a ser quem somos.

Como dentro de casa a gente muda o olhar e a forma de agir por algo que sabemos ser um problema no mundo. É neste micro que podemos nos reinventar e fazer nossas experiências, quando colocamos a mão na massa e começamos o movimento de transformação em algo que está próximo da gente. Separar o lixo, fazer o sabão, compostar o lixo orgânico, evitar embalagens plásticas e utensílio one way, fazer nossos alimentos, fazer nossas embalagens, ressignificar objetos que temos… muitas pequenas ações a favor de uma causa e de uma vida com sentido. Uma reflexão sobre o que fazemos, o que faz sentido.

 “… Caminhamos por ai buscando soluções, tecnologias, e principalmente gente que faz, porque a maior solução está na mente e no coração de cada um: consciência com ação, amor pelo lugar onde vivemos” (manifesto Casa Causa)

Atualmente, embaixadoras do Instituto Lixo Zero, começam a se envolver e organizar a Semana Lixo Zero SP com várias ações, atividades, conversas sobre este universo: o lixo que geramos e o que fazemos com ele. É uma semana dedicada à discussão e reflexão sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos e o conceito Lixo Zero em diversos segmentos da sociedade.

A Semana Lixo Zero aconteceu de 19 a 27 de outubro de 2018. Nós da Revolução Artesanal participamos do evento oferecendo Um Dia do Fazer Manual.

As oficinas aconteceram com o olhar para que materiais temos em casa possíveis de serem utilizados para dar forma a algo feito por nós mesmos, criando assim peças cheias de sentido e significados. Ressignificar a ideia de lixo, trocar ideias sobre upcycling, novas economias e também abrir espaço que nos permita testar, errar, corrigir, aprender, descobrir, trocar com outras pessoas, criar e dar forma a uma ideia e nos conectar pelo mundo que queremos.

Na Oficina de Colagem, reaproveitamos materiais que iriam para o lixo, explorando nossa expressão artística por meio da colagem. As revistas guardam fotografias e textos que nos contam histórias da realidade em que vivemos e durante a oficina observarmos, a partir de um olhar apreciativo, o que estas imagens nos contam sobre nós.

Na Oficina de Tear, exploramos o tecer manual. Retalhos, fios, barbantes, lãs, fibras, linhas, agulhas… foram os materiais que utilizamos com a proposta de (re)utilizar, (re)significar, (re)formatar, permitindo a cada um vivenciar o processo manual de fazer, pensar e criar peças e ser autor do que deseja colocar no mundo.

E assim acontecerem as Oficinas do Fazer da Revolução Artesanal durante a #semanalixozerosp neste espaço do fazer manual que propicia o encontro comigo e a troca com os outros e com o mundo.

Os resíduos podem sim ser uma nova forma que nasce. Uma vida nova que desejamos dar para estas nossas e novas histórias ressignificadas a partir do desejo de futuro de mundo.

Para saber mais: www.casacausa.com.br

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!