Nossa busca por realização

Estamos constantemente fazendo planos para o futuro, seja no âmbito pessoal ou profissional, daqui a cinco minutos ou cinco anos.

É comum nos pegarmos, durante o nosso dia a dia, desejando outro emprego, imaginando uma casa diferente, sonhando em estar numa praia ou ainda pensando em fazer algo completamente diferente do que estamos fazendo naquele momento.

Essa busca incessante por realização, satisfação e completude pode nos tirar da inércia e do conformismo, da mesma forma que pode nos deixar ausentes, ansiosos ou frustrados.

A diferença está na forma como você age, sente, pensa e como você vive (ou não) o agora.

A insatisfação nos move ou nos aprisiona?

Quando começamos a ficar insatisfeitos com nossa situação, isso pode ser um sinal de que é hora de mudar.

Mas isso não quer dizer que o lugar em que você se encontra atualmente deva ser rejeitado e desprezado. Pelo contrário, este lugar é a plataforma da qual você pegará impulso para a próxima etapa do seu ciclo.

Portanto, é importante reconhecer seu mérito.

Agradecer suas conquistas, seu caminho e enxergar que estar ali já é uma realização são passos muito importantes para não entrar em um círculo vicioso de insatisfação e insuficiências contínuas.

Celebre as grandes conquistas e as pequenas também!

Essa consciência nos liga ao presente que é, de fato, onde vivemos. Prestar atenção no que você está sentindo, ouvir o que outras pessoas dizem e olhar em seus olhos, respirar o ar ao seu redor…

Tudo isso só é possível fazer no agora. E ele é extremamente valioso, inclusive, para guiar o seu avanço futuro. As descobertas e aprendizados do passado são bons materiais de referência também, porém, não é preciso revivê-los.

Honre esse conhecimento, integre-o com a sua vivência presente e vá construindo o caminho desejado, apreciando a vista e tudo o que cada passo proporciona.

Viver o presente

Só você pode viver o presente, e cada presente é individual. Por mais que estejamos conectados com tudo e colaboremos para a criação de um cenário coletivo, que é compartilhado e influenciado por outros, a vivência do seu presente é só sua.

Lembre-se de que o futuro desejado é o agora: ele está repleto de realizações, e os próprios planos e desejos são grandes conquistas.

Não é preciso esperar para viver — não há como. Basta perceber que o presente contém tudo aquilo de que você precisa para vivê-lo.

Só você pode saber a melhor forma de estar, pensar, sentir e viver o agora. Porém, vamos deixar aqui algumas sugestões:

  • Meditação: há diversas formas de meditar e você pode encontrar a que melhor funcione para você. A respiração é elemento-chave de conexão com o presente.
  • Fazer manual: o trabalho artesanal e manual exige atenção plena. Isso ajuda a estar no presente.
  • Arte: as diversas formas artísticas mexem muito com os sentimentos e emoções, conectando-nos com aquilo que está dentro de nós agora.
  • Exercícios físicos: esportes, yoga, alongamento, dança e outras atividades trazem a consciência para o nosso corpo que, de fato, só existe no presente.
  • Natureza: lugares bonitos, apreciados ou novos podem gerar momentos de contemplação e gratidão por estar ali, naquela hora, naquele local.

Se você gostou desse artigo, recomendamos a leitura de mais dois posts do blog da Revolução Artesanal: Trajetória e descoberta do fazer manual e Recomeçando por meio do trabalho manual!

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!