O fazer artesanal incentiva criatividade e convívio em grupo

Saiba como o fazer artesanal pode combater a solidão e ainda criar uma comunidade sustentável!

Todo mundo gosta de ter momentos para si: seja para descansar, colocar os pensamentos em ordem, conhecer a si mesmo, ler um livro, cantar, dançar ou fazer uma atividade. Porém, tão importante quanto passar um tempo sozinho é a convivência com outras pessoas.

O ser humano é um ser social, que gosta de se comunicar, ajudar, trocar e compartilhar. Isso não significa estar sempre rodeado de gente, ter uma agenda cheia ou conversar o tempo todo. Cada um tem seu jeito, e existem inúmeras formas dessa interação acontecer, e uma delas é pelo fazer manual.

O uso das mãos pode expressar, muitas vezes, aquilo que as palavras não conseguem. O feito à mão pode ser um canal de criação, de transformação, trazendo à tona muito do eu interior, da nossa essência, e, por sermos todos únicos, porém semelhantes, isso faz com que nos reconheçamos no outro. Quando nos comunicamos, conectamo-nos.

O fazer artesanal como interação social

A possibilidade de fazer praticamente tudo no ambiente virtual é prática e facilita muito nossas vidas, além de ampliar nosso alcance para além das fronteiras físicas. Porém, como tudo em nossas vidas, seu excesso pode ser prejudicial — e muito!

A solidão é uma das consequências mais comuns. Existe uma diferença entre estar sozinho e sentir-se solitário. O sentimento de solidão geralmente está associado à falta de relacionamentos significativos, laços sólidos ou contato físico.

E esse isolamento social pode influenciar, inclusive, nossa saúde física — estudos apontam que pessoas que se sentem solitárias têm maior risco de doenças cardíacas e respostas imunológicas menos eficazes, pois a solidão pode ter um impacto semelhante à ansiedade e ao estresse.

Uma das formas de incentivar o convívio em grupo e fortalecer nossos corpos, nossas mentes e nosso coração é utilizando as mãos! Oficinas, atividades semanais na comunidade, grupos de terceira idade, práticas infantis nas escolas…

São várias as formas de praticar o fazer artesanal em grupo.Os benefícios gerados pela interação social, por si só, também tem seus impactos positivos: ele ativa os canais sensoriais; ajuda na memória e em inúmeras outras funções, pois as terminações nervosas das pontas dos dedos estão ligadas a diversas partes do cérebro; incentiva o autoconhecimento e desenvolvimento; permite a expressão da criatividade; alivia ansiedade e estresse etc.

A participação em atividades manuais independe da idade. Crianças podem ter a oportunidade de dar forma à sua imaginação e brincar entre si; jovens podem expressar seus conflitos internos, tão comuns nessa idade, e, muitas vezes, têm mais facilidade de comunicação sem o uso das palavras; adultos podem combater os sintomas do estresse da vida diária; idosos podem gostar da companhia e aproveitar para exercitar a mente e o coração.

Mãos dadas na criação de uma comunidade colaborativa

Além dos benefícios individuais, o fazer artesanal em grupo pode ter um cunho colaborativo, tanto para a comunidade quanto para o próprio planeta, com sustentabilidade.

É possível incentivar atividades manuais para criar objetos com materiais reciclados, por exemplo, que podem ser vendidos, doados ou usados na própria vizinhança. Podem ser desenvolvidos móveis para um espaço de convívio no bairro, utensílios para famílias carentes ou artefatos para uma horta comunitária!

O trabalho em conjunto mostra a importância de cada um para alcançar um objetivo comum. Isso fortalece a responsabilidade e a conexão entre as pessoas.

Quer receber artigos e informações sobre o fazer artesanal, seus benefícios e suas possibilidades? Inscreva-se na newsletter da Revolução Artesanal!

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!