Falar sobre nós, seres humanos, é falar sobre o que nos diferencia de todos os outros reinos. É trazer para a consciência que somos seres da palavra, do gesto e do pensar.
Com a palavra, ousamos nomear, trazer sentido e significado. Desenvolvemos a linguagem, a comunicação e os símbolos. O gesto nos define, somos seres eretos, nascemos com essa capacidade de sustentar nossa coluna de forma ereta, de liberar as mãos e de caminhar. Assim, ao mesmo tempo que nos deslocamos pelo mundo, também aprendemos a enxergá-lo de diferentes formas. Nossas mãos, livres, tornam-se instrumentos para segurar, pegar e manusear.
Com o pensar, nascem as ideias e a consciência. Somente nós, seres humanos, somos capazes de nos perceber, ver, reconhecer e ter uma relação no mundo de forma a ser construída e consciente desses processos. Sabemos, mesmo que neguemos, que não somos seres completos e acabados. Somos seres em constante construção e desenvolvimento, e esse processo passa por meio das relações, das compreensões do mundo e de nós mesmos.
Se auto conhecer é uma das nossas tarefas, assim como, saber mais de nós mesmos, possibilita ter uma maior interatividade com o mundo e com o outro. Uma interatividade baseada em amor e respeito. Não é um ser egóico, mas sim um ser que sabe de sua existência em consideração e em relação com outras existências sejam elas de todos os tipos.
Um dos jeitos de nos conhecermos é pelo gesto do trabalho, entenda aqui trabalho como um conceito mais amplo do simplesmente aquilo que realizamos para receber dinheiro e sim como uma manifestação própria de um fazer.
Compreender o seu gesto de manifestação, o seu jeito de atuar no mundo, é possibilitar ser autor de uma artesania própria do seu fazer. Pois um fazer manifestado no dia a dia, mesmo que ele seja nomeado como trabalho (dentista, artesão, escritor…), é seu jeito no mundo.
Toda manifestação é única, esse jeito de fazer é autoral, é uma marca de cada um de nós, e ele é constituído da história de vida, das vivências de sua vida, das relações com pessoas e espaços, com os temas do cotidiano. Ser autor de si, compreende-se por esse olhar, é conseguir enxergar, naquilo que se faz, o grande mistério da vida e a sua marca autoral.
Vamos caminhar!
CAMINHO DO AUTOR
Início 1º de Abril
Sete encontros: 1, 8, 15, 22, 29/Abril e 6 e 13/Maio
Terças-feiras | 19h30 às 21h15
On Line • Ao Vivo • Em Grupo
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Escrita Artesanal por Bruno Andreoni com Ciça Costa