Um chamado a fazer festa com as próprias mãos

“O tempo de celebração é um tempo pleno, em contraposição ao tempo de trabalho,
como tempo vazio, que deve ser simplesmente preenchido, que se move entre tédio e ocupação.
A festa, ao contrário, realiza um instante de elevada intensidade vital.”
(Byung-Chul Han, 2017, p. 114) 

Vivemos o Festival do Fazer 2021 como uma grande celebração da Cultura do Fazer Manual e Artesanal brasileira. Depois do salto de 2020, reinventamos o jeito de festejar e reafirmamos o valor deste espaço de tempo para nos encontrar, criar e experimentar novamente o que nasce de nossos sentidos e se manifesta através de nossas mãos.

Com o fim do ano se aproximando, fazemos um convite para uma outra festa. Uma celebração do vivido, uma retrospectiva de nós mesmos expressa não pelos olhos alheios – como acontece revisitando um álbum de fotos, por exemplo – mas pelos nossos próprios. Um espaço de encontro, desta vez, para manifestar o que criamos ao longo deste ano de 2021. Um tempo de fazer festa com as mãos, de desocupá-las dos trabalhos e afazeres, da obrigação de desempenhar e produzir para oferecer a elas (e, por extensão, a nós) a oportunidade de se expressar e de nos contar do que vivemos esse ano. No Manifestar 2021, vamos nos reencontrar com nossas divinas mãos.

“A festa é o evento, o lugar onde estamos junto com os deuses,
onde inclusive nós próprios nos tornamos divinos.”
(Byung-Chul Han, 2017, p. 111) 

Aqui nos lembramos de que manifestar é natural, é ação ativa, delicada atividade que expressa o fazer com consciência. Ao longo de 4 encontros, entre 1 e 3 de dezembro, seremos convidados a traduzir com as mãos o que vivemos este ano: momentos, transformações, frustrações, encontros, aprendizados…

Os temas das Oficinas do Manifestar 2021 foram selecionados para narrar nossa história de 2021 com profundidade e criatividade: os carimbos expressarão o que ficou marcado em nós; as rendas em mandala vão contar das nossas andanças, dos caminhos trilhados; a técnica de Sumi Nagashi vai trazer para a superfície o que fluiu em nossas águas internas; e, por fim, o Macramê Folha vai firmar o que nos sustenta, nossos laços e abraços.

Você pode escolher participar de quantas oficinas quiser. Oferecemos combos especiais para quem escolher mais de uma oficina. Escolha as suas aqui e participe desta festa Manifesta!

Manifestar 2021 – on-line, ao vivo
dias 1, 2 e 3/12 (horários diversos disponíveis na programação), com Ciça Costa e Bruno Andreoni.
A partir de R$ 70

Inscreva-se

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Escrita artesanal por Carolina Messias com Ciça e Bruno

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!