Autoconhecimento e Conexão Interna

Nosso corpo está completamente conectado à nossa mente e nossas emoções: ele reage quando precisamos caminhar, quando estamos com fome ou quando estamos felizes.

Esse conjunto de corpo, mente e coração é o que nos constitui e está totalmente interligado – assim como o mundo interno e externo. Porém, nem sempre estamos conscientes dessas conexões.

Nem sempre estamos presentes. Muita coisa acontece externamente, o tempo todo, que demanda e condiciona nossa atenção, e nosso interior acaba ficando em segundo plano.

Se usamos nosso corpo e consciência para viver, fazer e ser, é importante conhecê-los – conhecer-nos.

O processo do fazer como despertar do autoconhecimento

O autoconhecimento nos permite acessar o que somos, o que desejamos, nossos pontos fortes e fracos. Ajuda-nos a entender nossas ações e reações ao mundo externo, nossas relações com outras pessoas, nossas visões e formas de lidar com a vida.

E isso relaciona-se de forma muito próxima com o nosso corpo e bem-estar físico também, já que ele é o veículo em constante contato com o mundo externo. Estresse, ansiedade, depressão, isolamento e várias formas de doenças são, muitas vezes, amenizadas quando entramos em contato com nossa essência interior.

Mas como funciona o processo de autoconhecimento? Como posso me autoconhecer?

Existem várias respostas a essa pergunta, pois somos pessoas diferentes, com personalidades e históricos diversos.

Porém, existem algumas sugestões e, a partir delas, você pode criar a sua própria forma de se autoconhecer.

  • Uma das mais populares é a meditação. Somente dentro dessa área, há uma infinidade de técnicas e tipos de meditação a serem exploradas.
  • A respiração consciente é uma forma simples e natural de se conectar com você mesmo.
  • A arte é um meio de expressão, gera identificações, debates e diferentes formas de comunicação com você e com outros.
  • Terapias e conversas com outras pessoas ajudam a explorar diferentes perspectivas e proporcionam a autodescoberta.
  • O artesanato e o fazer manual fortalecem a conexão do corpo físico e da consciência.

Mão, mente e coração

Os trabalhos manuais exigem que o foco esteja no presente, na tarefa executada, e isso, por si só, já permite um estado meditativo.

O trabalho artesanal depende inteiramente de quem o cria, ou seja, cada decisão, material e forma de manuseio faz parte da criação da peça. A obra é um reflexo do seu criador. Quando você está fazendo um trabalho manual você está no processo, vendo o processo. Questionamentos, ativam diferentes camadas do artesão. Inseguranças, perfeccionismo, medos, preferências, habilidades, descobertas, persistências e superações podem fazer parte do fazer manual. Há também, um lugar de permitir-se ser flexível com você mesmo, de adaptar-se ao tempo que está sendo pedido para aquele objeto que está ganhando forma.

O conhecimento usado para criar a obra é absorvido, reinventado, repassado. Tudo isso exige o trabalho consciente de todas as partes que nos constituem.

O ciclo da conexão interna e externa

Quanto mais nos conhecemos, mais conseguimos perceber com clareza o mundo externo, que, por sua vez, fornece material para o trabalho interno.

Nesse ciclo infinito de alimentação, vamos evoluindo. Esse alinhamento com a nossa essência permite que façamos e criemos coisas significativas, plenas de sentido, enriquecendo o mundo. Produções autorais, autênticas, que refletem o seu ser e se conectam com outros seres.

Assim, os laços vão se fortalecendo e aumentando, pois as criações inspiram, integram, desafiam, fomentando a evolução coletiva.

Vamos, juntos, transformando conscientemente o mundo em que vivemos.

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ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!