Encerrar ciclos para tantos outros se abrirem

Ano chegando ao final e um olhar para onde caminhamos. E quando olhamos para esse caminhar percebemos quão desafiadores foram alguns momentos vividos. O quanto determinadas situações pediram presença e atenção que talvez no vivendo não tivéssemos percebido o espaço, tempo, dedicação que ocupou do nosso ser. Esse momento de pausa e reflexão nos permite observar atentamente com qual qualidade de presença vivemos.

O ano começa com o Lab Cor na Floresta. No grupo cinco jovens mulheres trazem os seus fazeres para a Amazônia [um ambiente até então desconhecido para elas]. Nesse mergulho vivemos momentos de maravilhamento, de reflexão, de angústias, de aprendizados, de observação da vida… Desejo de mundo chega em uma roda de conversa como fechamento do Lab Cor onde nosso olhar para o futuro pede atitude, presença, cuidado, agora.

Ainda por ali no Tumbira, em parceria com a Natureza de Criança. realizamos oficinas com as famílias que visitam a comunidade. Momentos único poder ver Pais e Filhos criando suas estampas nas camisetas a partir da impressão botânica.

Navegando pelo Rio Negro, visitamos as famílias ribeirinhas para se preparem na colheita do fruto do cupuaçu por meio do projeto Cupu do Quintal, iniciativa essa, que valoriza frutos amazônicos presentes nos quintais e roças de famílias que vivem em Unidades de Conservação do Amazonas.

O fazer com as mãos, sustenta o processo artesanal desde a colheita dos frutos nos quintais, o beneficiamento dos frutos até o produto final, feito totalmente de forma artesanal. Os produtos desenvolvidos trazem a ancestralidade somado a novos conhecimentos e sabores da Floresta.

O convite chega pela ESPM-SP para participar do AIC 2024 Color for Future [Congresso Internacional da Cor) e com alegria levamos as cores da floresta em forma de palestra “Natural Pigments from the Brazilian Rainforest” e oficina vivencial.

Em mais uma edição do Dia Sem Pressa, promovido pelo Instituto Desacelera, tivemos um desafio… fazer oficinas curtas que pudessem atingir o maior número de pessoas. Pensamos, desenhamos, criamos e fizemos Oficina de Carimbos Esculpidos e Tear Circular. Foram lindas, no tempo que tinha que ser, na presença de quem estava lá, na riqueza do fazer manual que nos faz.

Com a iniciativa Veio Lá, participamos da FLIPES 2024 em São Bento do Sapucai e da FLIP em Paraty.

No blog, os textos foram muito com o olhar para educação, um caminho que se foi desenhando ao longo do ano.

E agora, para fechar o ano, não poderia faltar nosso Calendário Glossário de uma Revolução. A revoada que ilustra os meses do ano, são aquarelas de Bruno Andreoni e as palavras escolhidas e seus significados artesanais têm muito a ver com o nosso viver. Inspirar, verdade, contexto, luxo, liberdade, tecer e mais… O calendário está lindo. Faça o download gratuito aqui. Escolha um papel bem bonito e faça a impressão. O arquivo está prontinho para isso.

Ainda esse ano, um momento em família nos fiz viver a despedida de um ser querido. Por meses cuidamos, acompanhamos, vivemos juntos até o fio da vida se soltar. Sim, choramos. E, agradecemos muito o que vivemos juntos. Com a beleza da vida, seguimos. Agora vivida, com ele, de um outro jeito, em outro lugar, de uma outra forma. Que saibamos sempre celebrar a vida, nas mais diversas formas que ela possa existir.

É na floresta que vamos fechar esse ciclo e esperar o novo ano chegar, com alegria, com a floresta, os seres encantados e humanos, em comum unidade.

Que venha 2025!
Com carinho, Ciça e Bruno.

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ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!