Mundo Manifesto: quando o mundo é feito à mão

Um mundo todo se manifesta pelo nosso fazer, pelas nossas mãos, acordamos sentidos, jeitos, formas, damos formas a novos desejos e assim manifestamos aquilo que queremos ver no mundo.

O nosso fazer é essa arte de traduzir nosso estar no mundo. Nosso fazer se relaciona diretamente com o contexto, com as pessoas em volta, com materiais e matérias. O fazer se faz a partir de uma conversa íntima entre aquilo que se vê e aquilo que permite o que se vê viver.

Ser um artesão de si é viver esse fazer se manifestando de forma única e consciente. Um viver que é curioso que precisa das qualidades de um pesquisador ativo, de uma atenção contínua e de um esforço único de aprendizado eterno. Ao sermos artesanais não deixamos de aprender nunca, o movimento de mudar nosso contexto é contínuo, de se relacionar com ele e com diferentes pessoas. Ao sermos artesanais somos expressões de um jeito único de estar no mundo, de estar em relação e de observar esta relação que transforma e nos transforma.

Ao sermos manifestos, contamos ao mundo que somos seres criativos e criadores transformadores de nós mesmos, de materiais, e de realidades. Passamos a viver na diversidade como potência e como forma de conviver. Quando somos artesanais aprendemos a ver o mundo feito com a potência de muitas mãos.

A segunda revista Mundo Manifesto mostra fazedores de mundos, manifestantes de uma artesania e de um fazer que os transforma e, portanto, transforma as relações que eles possuem. Falar e contar essas histórias, por eles mesmos, é um ativismo à verdade artesanal.

Bem-vindos(as) ao Volume #2 de Mundo Manifesto, um mundo feito artesanalmente por todos nós.

Com carinho, Ciça e Bruno

Para fazer download da publicação acesse o link
https://arte.revolucaoartesanal.com.br/mundo-manifesto-2021

 

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!