Economia, finanças, orçamentos, plano de negócios, valores…
Todos esses conceitos parecem um universo muito distante daquele que contém termos como: criatividade, arte, artesanal, criação, feito à mão…
Entretanto, quando falamos de economia criativa, falamos de um universo que funde esses dois hemisférios.
Mente, coração, mãos e números trabalham juntos e é algo que pode ser cada vez mais observado em locais do mundo inteiro.
O que é economia criativa?
Basicamente, são bens ou serviços intangíveis que geram valor.
Ou seja, músicas, vídeos, histórias, saberes, peças de teatro, designs, aplicativos, softwares e tudo mais que esteja ligado à criatividade, à arte, à cultura, e que produzam riquezas, valores.
Aqui, vale a pena observarmos que valor e riqueza não são, necessariamente, iguais a dinheiro.
Por exemplo, uma tecelã que gosta de ensinar as técnicas para outras pessoas pode montar um curso de tecelagem em troca de algo necessário para ela.
O bem intangível aqui é o conhecimento que será passado adiante. Isso movimenta as pessoas, cria comunidades e grupos, e faz as riquezas circularem.
Neste caso, os alunos podem criar tecidos, tapetes, roupas e o que quiserem para uso próprio ou para comercialização e podem, ainda, ensinar outras pessoas.
Eles também irão fornecer algo em troca pelo curso, que será usado pela professora conforme suas necessidades: seja pagar contas, comprar alimentos e materiais, ou receber outro tipo de conhecimento/serviço/produto.
Outro exemplo muito característico da era atual são os YouTubers, pessoas que possuem canais no YouTube e publicam vídeos.
Os assuntos são os mais variados: beleza, comportamento, comédia, arte, moda, autoajuda, yoga etc.
Esse conteúdo é consumido pelos interessados e os YouTubers recebem apoio, patrocínio e financiamento de marcas e empresas relacionadas ou mesmo de sua audiência.
Isso permite que pessoas que possuem habilidades específicas que não se encaixam em empregos tradicionais (como falar sobre empoderamento feminino, por exemplo) possam fazer o que gostam, ajudar outras pessoas e receber por isso.
O universo do feito à mão inserido na economia criativa
Aliar seu trabalho diário à sua paixão é algo que ainda é visto, muitas vezes, como um negócio arriscado.
Porém, cada vez mais, as pessoas estão optando por abrir o próprio negócio, fazer suas próprias criações, consumir de forma mais consciente e fomentar a economia local.
Quanto mais gente você vê fazendo isso, mais se sente encorajado a seguir o mesmo caminho.
As gerações atuais, de pessoas na faixa dos 30 e as mais jovens, são grandes catalisadores da inovação, mudança e desconstrução dos modelos de economia e consumo que não nos servem mais e estão destruindo o planeta.
Por isso, o fazer à mão, o artesanal, ganha destaque. Em vez de ir ao shopping comprar roupas de grandes marcas, muitos preferem ir a bazares ou feiras de arte e artesanato ver o trabalho de costureiras, tecelões e artistas.
Em vez de ir ao hipermercado procurar alimentos industrializados, as pessoas visitam o mercado da comunidade para comprar direto dos produtores locais.
Novas moedas e conceitos de valores
Embora o dinheiro ainda seja a moeda de troca mais utilizada no mundo todo, novas formas estão surgindo e sendo aceitas atualmente.
O tempo é um dos recursos mais valiosos e já é usado como valor de troca.
Existem grupos, aplicativos e comunidades chamados de Banco de Tempo, nos quais você se cadastra e oferece habilidades, produtos ou serviços e, em troca, ganha horas que podem ser usadas para receber o que necessita de outra pessoa do Banco.
Por exemplo, se você gosta muito de jardinagem, pode oferecer seu conhecimento sobre como fazer uma horta; então, você doa 1 hora do seu tempo para ajudar alguém a plantar suas ervas no jardim, e terá 1 hora disponível para trocar por uma massagem relaxante que outra pessoa do Banco está oferecendo.
Além do tempo, muitas outras formas de troca estão surgindo e sendo utilizadas, com ajuda da tecnologia.
Sites de feiras e artesanato, grupos de terapeutas, aplicativos de projetos sociais, financiamentos coletivos etc. Tudo intimamente conectado à economia criativa.
O futuro está na colaboração e compartilhamento!
A economia colaborativa e compartilhada também faz parte da economia criativa, embora não sejam a mesma coisa.
As caronas oferecidas em aplicativos, por exemplo, fazem parte da economia colaborativa, não da criativa, a princípio.
Mas a criação e disponibilização do aplicativo de caronas, em si, é parte da economia criativa. Esses dois tipos de economia estão ligados e são uma forte tendência atual e futura.
Mercados, bazares, feiras, espaços de coworking e esse tipo de ambiente físico também são importantes para que os artesãos, artistas, criadores e fazedores possam se encontrar fora do mundo virtual, expor seus produtos/serviços e fortalecer a cultura de valorização do universo feito à mão.
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