Desenvolva sua curiosidade pelo fazer manual

A curiosidade é um aspecto inerente não só à humanidade, mas a vários outros seres.

As crianças questionam tudo, gostam de tocar e sentir; os cães usam o olfato para explorar o ambiente; os gatos se enfiam em todos os lugares para descobrir novos cantos interessantes.

É instintivo, é algo que movimenta e desperta. E o fazer manual é muito alimentado por essa curiosidade, por essa vontade de saber, experimentar, aprender.

Vamos falar sobre curiosidade?

A curiosidade é a fome por conhecimento, que nos faz querer descobrir coisas novas, perguntar, experimentar e refletir.

A criatividade está muito ligada à curiosidade, pois ambas são estimuladas por essa abertura, essa vontade de construir, renovar, mudar e aprender.

Ideias originais, autenticidade e autoria também fazem parte do universo da curiosidade — com as informações obtidas por meio da exploração do desconhecido, coisas novas, renovadas e inovadoras surgem.

Hoje em dia, a curiosidade é ainda mais facilmente saciada, pois as informações são facilmente acessíveis e em grande quantidade, devido à globalização e à Internet.

Acredita-se que há várias etapas desse processo: o indivíduo tem um primeiro contato e se interessa; depois, aprofunda-se no tema; a seguir, conecta os novos conhecimentos com o que ele já sabia; e, por fim, incorpora os novos saberes à sua base de dados.

Por exemplo, atualmente, é comum, ao deparar-se com algo que não se sabe, pesquisar o assunto na Internet, ler alguns artigos e até mesmo compartilhar depois o que aprendeu.

Alguns estudos realizados pela Universidade da Califórnia e publicados no site Porvir mostram como o cérebro reage à curiosidade. Um dos efeitos é que a curiosidade ajuda a reter mais informações sobre determinado assunto.

Ou seja, se um tema nos intriga, nosso cérebro tem mais facilidade para lembrar e guardar os dados, motivando o aprendizado.

Outro aspecto interessante é que a curiosidade ativa um circuito do cérebro relacionado à recompensa e ao prazer, tornando a aprendizagem mais gratificante.

Dicas para estimular a curiosidade pelo fazer manual  — e por várias outras coisas!

Para ativar o nosso ímpeto de explorar e descobrir, existem algumas práticas e hábitos que podem ser adotados no dia a dia.

É claro que a curiosidade é algo natural, mas, muitas vezes, pela rotina, pelo tédio ou pelo cansaço, podemos ficar com essa característica mais “adormecida”.

Algumas formas de estimular a curiosidade:

  • Pergunte: seja em voz alta ou apenas mentalmente. Questione o que você já sabe e pergunte sobre o que não sabe. Faça perguntas a si mesmo ou a outros. Geralmente, as perguntas levam a outras perguntas e, assim, você vai descobrindo e aprofundando o seu pensamento crítico.
  • Ouça histórias e experiências de diferentes pessoas. Uma mesma coisa é observada de diferentes formas por cada um, e essa comparação com a sua própria vivência pode trazer grandes ensinamentos e despertar novas vontades.
  • Faça algo que nunca fez antes. Isso pode ser empolgante e desafiador, fazendo-o encarar o desconhecido. Pode ser algo simples, desde pegar um caminho que nunca pegou antes para ir para o trabalho ou voltar para a casa, até fazer uma viagem para um país que nunca visitou, por exemplo.
  • Pesquise, leia, veja filmes, ouça músicas, vá a exposições: estimule o seu cérebro e as suas emoções.

Explore o blog da Revolução Artesanal! Aqui você encontra vários assuntos sobre autoconhecimento, conexão e aspectos do ser humano. Sugerimos agora a leitura do post Recomeçando por meio do trabalho manual!

ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!